Um ano se passou desde a publicação do primeiro número da revista Imagem Vertigem. No editorial passado, mencionamos que, se o Brasil deixasse, faríamos dela uma publicação temática semestral. Não deixou. Pelo menos, ainda não, apesar da boa notícia relativa que o cenário político nos deu no final de outubro de 2022 (relativa porque o resultado eleitoral para o legislativo foi uma tragédia).
Mas precisamos fazer um mea-culpa. Não conseguimos torná-la semestral por desorganização. Essa coisa de EUditora é um troço complicado. É preciso equilibrar vários pratos: projetos do selo Vertigem, trampo oficial que dá sustentabilidade financeira a eles, projetos fotográficos pessoais, estudos diversos que alimentam os projetos pessoais e editoriais e, no meio disso tudo, as coisas comezinhas da vida. Não estamos reclamando. As entidades, queremos crer, têm sorrido para o selo, que, aos poucos, vai ganhando consistência por meio de um catálogo pujante e angariando cada vez mais apoio, particularmente da cena da fotografia de rua, que marca presença nos lançamentos, compartilha os projetos nas redes sociais, encoraja o desenvolvimento de outros e contribui com ideias incríveis.
Dessa cena, duas pessoas foram fundamentais para o desenvolvimento deste segundo número: a Luana Lessa Martinez, que propôs o tema, “A fotografia do ordinário”, e fez a curadoria e a edição, além de contribuir com imagens; e o Rafa Rojas, parceiro deste e de outros projetos do selo, que auxiliou a Luana na curadoria, coeditou e também contribuiu com imagens.
A revista Imagem Vertigem #2 traz imagens de 14 fotógrafos e fotógrafas que buscam revelar o interessante naquilo que parece, à primeira vista, desprovido de graça, extrair o excêntrico do banal, arrancar o inusitado do corriqueiro. Não seria esse o propósito da obra de arte? Como dizia Paul Klee, “A arte não reproduz o visível, ela torna visível”.
Destacamos também a presença do texto da Cristina Pescuma, O pleno e o vazio: a fotografia de Fernando Pião, sobre a obra desse artista baiano fantástico, falecido em 2015; da entrevista com Ricardo Luis Silva, em que conversamos sobre seu mais recente projeto, O pequeno gabinete de curiosidades; e do texto da Ana Cichowicz, Em busca dos lampejos, em que ela discute as singularidades do cotidiano.
Por enquanto, manteremos o freio de mão puxado e seguiremos com uma publicação anual da Imagem Vertigem. A cada número, teremos um curador diferente, que irá propor o tema e convidar artistas para participar, enviando imagens que explorem, de alguma forma, o assunto escolhido. Se o cenário melhorar e a gente aprender a se organizar direitinho, quem sabe conseguimos realizar nosso desejo inicial de ter uma publicação semestral?
Bom, sem mais lero-lero, vamos às imagens e aos textos.
TW Jonas
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